Pesquisadora da UnB analisou milhares de dados salariais de gêmeas para estimar impactos da maternidadePesquisadora da UnB analisou milhares de dados salariais de gêmeas para estimar impactos da maternidade

Ter um filho reduz o salário de uma mulher em 4%, diz estudo

2025/12/22 17:00

Ter um filho reduz o salário de uma mulher em 4%, mostra estudo conduzido pela doutoranda e publicado pela UnB (Universidade de Brasília) em outubro de 2025.

Para se chegar a essa conclusão, a pesquisadora elencou dezenas de milhares de dados de gêmeas brasileiras nascidas de 1986 a 2001 e depois analisou informações de renda dessas pessoas. Eis a íntegra (4 MB).

A metodologia é considerada “padrão ouro” por muitos acadêmicos porque compara duas pessoas que, em geral, cresceram com a mesma condição social, tiveram um nível de educação semelhante e hábitos culturais próximos.

Luiza Rodrigues usa a seguinte situação hipotética para explicar os resultados do estudo: “Para quem teria uma oferta de trabalho para ganhar R$ 3.000 por mês, se tiver filho as ofertas serão menores em R$ 120. No fim do ano, serão R$ 1.600 a menos no bolso [considerando também o 13º e o 1/3 adicional de férias].

Quando o filho faz 10 anos, essa mãe já perdeu cerca de R$ 22 mil de salário [diferença salarial aplicada mensalmente em poupança, considerando um juro médio de 0,5% ao mês]. Isso significa mais da metade do salário anual dela.

DESIGUALDADE

A pesquisadora afirma que esse dado representa uma “desigualdade concreta que afeta milhões de mulheres” no Brasil. “Entender onde e como a desigualdade de gênero se manifesta é essencial para desenhar políticas públicas mais justas”, diz.

Para Rodrigues, a “penalidade da maternidade é inegável”. Ela completa nas conclusões do estudo: “Mães ganham menos do que mulheres sem filhos em praticamente todos os países. A penalidade da maternidade é uma parte importante da diferença salarial de gênero”.

Ela diz que a “abordagem baseada em gêmeos pode oferecer uma medida mais precisa ao levar em conta fatores não observáveis”. A pesquisa analisou informações do impacto da maternidade considerando a cor da pele e concluiu que há penalidade em todos os casos, entre mulheres brancas e negras.

“O meu estudo compara gêmeas, que provavelmente compartilham visão muito semelhante. Então consigo separar o que é a ‘penalidade pela visão de mundo’ da ‘penalidade simplesmente por ter um filho’. Ou seja, calculei a penalidade pura, aquela que ocorre em todas as classes sociais e em todas as raças. Aquela que não dá para explicar por escolaridade ou outro motivo”, disse a pesquisadora ao Poder360.

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