O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,25% em outubro na comparação com setembro, quando o indicador havia registrado queda de 0,19% (revisado de um recuo de 0,24%), conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (15).
O resultado mensal de outubro ficou abaixo das estimativas do mercado, que variavam entre uma queda de 0,5% e alta de 0,56%.
O IBC-Br é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e é acompanhado por investidores por antecipar tendências da atividade econômica.
Antônio Ricciardi, economista do Banco Daycoval, destaca que ultimamente o IBC-Br tem mostrado uma variação inferior àquela apontada pelo PIB, principalmente após a última revisão do IBGE.
No entanto, ao observar os vetores e os setores com maior e menor magnitude, é possível notar bastante similaridade, com resultados nos mesmos sentidos.
O economista aponta ainda que o IBC-Br vem mostrando desempenho muito mais fraco que o esperado, uma vez que o mercado esperava um resultado próximo da estabilidade. A queda de 0,2 foi puxada principalmente pelo desempenho de indústria e serviços, ainda com o desempenho positivo do agro com a safra excelente de milho.
No trimestre encerrado em outubro, o IBC-Br apresentou queda de 0,21% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Já na comparação anual, o indicador teve alta de 0,38%.
No acumulado de 12 meses encerrados em outubro, o índice avançou 2,52%, enquanto no acumulado do ano, a variação positiva foi de 2,41%.
Segundo o Banco Central, devido às constantes revisões, o resultado acumulado em 12 meses tende a ser mais estável que a variação mensal do indicador.
A média móvel trimestral (utilizada para captar tendências da atividade econômica) registrou queda de 0,02% em relação aos três meses encerrados em setembro.
O Banco Central também divulgou as aberturas setoriais do IBC-Br — o IBC-Br da agropecuária subiu 3,07% em outubro ante setembro, após ter avançado 1,86% no mês anterior (dado revisado de uma alta de 1,51%).
Já o IBC-Br ex-agropecuária, que exclui os efeitos do setor agropecuário, caiu 0,31% na margem, após queda de 0,29% em setembro (revisada de -0,37%).
Entre os principais segmentos:
O índice de impostos é equivalente, em linhas gerais, à rubrica de impostos líquidos sobre produtos do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o Banco Central, por conta das diferenças metodológicas, é esperado que as divergências entre o IBC-Br e as Contas Nacionais do IBGE sejam maiores nas aberturas setoriais do que nos indicadores agregados.
Na comparação com outubro de 2024, o IBC-Br total aumentou 0,38% na série sem ajuste sazonal. As estimativas do mercado variavam entre uma queda de 0,20% e uma alta de 2,5%.
O índice ex-agropecuária subiu 0,28% na comparação interanual, após avanço de 2,11% no mês anterior (revisado de 1,82%).
O IBC-Br da agropecuária também avançou, registrando alta de 4,06%, após crescimento de 4,80% em setembro (revisado de 4,86%).
Nos demais segmentos:
A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.Ricciardi estabelece ainda uma releitura do IBC-Br de outubro em comparação com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) que apresentou desempenho positivo última sexta-feira (12).
Nessa perspectiva, a queda do IBC-Br pode ser explicada pela diferença entre os pesos do PIB e os pesos da PMS, principalmente em relação ao item transportes, que é um dos mais resilientes no ano junto com tecnologia de informação.
O economista observa que queda dos serviços reportado na PMS já revelava uma queda na margem para outubro.
Em geral, Ricciardi considera que o resultado do IBC-Br mostra uma continuidade da divulgação do PIB no terceiro trimestre, principalmente em indústria e serviços, que tiveram desempenho bem mais fraco, o que leva a crer que os efeitos da política monetária estão surtindo efeito principalmente nos itens com maior sensibilidade aos juros.
Já os setores não cíclicos, principalmente a agropecuária, e na divulgação do PIB, a indústria, vêm mostrando um desempenho acima do esperado e sustentado o crescimento do PIB.
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