A Âmbar Energia – a companhia controlada pela J&F Investimentos – comprou a termelétrica Norte Fluminense, da EDF, num negócio que ficou entre R$ 1,5 bi e R$ 2 bilhões, pessoas a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
Na reta final, a empresa da família Batista superou a oferta do grupo turco Karpowership, que também disputava o ativo.
A operação reforça a estratégia da Âmbar de se consolidar como um dos principais polos privados de geração térmica do País – especialmente em um momento em que o gás natural volta ao centro do debate sobre segurança energética.
A Norte Fluminense é considerada um ativo raro no setor.
Construída na época do Programa Prioritário de Termelétricas (PPT), no governo Fernando Henrique Cardoso, a usina fica em uma região estratégica do ponto de vista elétrico, próxima ao centro de carga e com acesso atual – e crescente – a gás natural, inclusive do pré-sal.
Além da planta existente, com cerca de 800 MW, o complexo conta com um terreno adjacente já licenciado para a construção de uma nova térmica, possivelmente acima de 1.000 MW.
“A Norte Fluminense é, na minha opinião, uma das térmicas mais bem localizadas do Brasil. É um ativo premium,” disse Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE e apresentador do podcast POWER.
A venda faz parte de uma decisão estratégica da EDF, a estatal francesa que vem se desfazendo de ativos ligados a combustíveis fósseis após uma diretriz do governo da França.
A disputa pela térmica foi acirrada. Além da Âmbar, Eneva e a Karpowership analisaram o negócio. A Eneva acabou desistindo ao avaliar que o preço havia ultrapassado o nível que considerava adequado. A concorrência final ficou entre os turcos e a Âmbar.
A Karpowership opera no Brasil desde o leilão emergencial de energia realizado durante o governo Bolsonaro, quando trouxe navios geradores movidos a GNL para a Baía de Sepetiba. O grupo vê o País como um mercado estratégico e tem buscado ampliar sua presença local.
Ainda assim, prevaleceu o apetite da Âmbar, que vem acelerando sua estratégia de crescimento por aquisições.
No fim de outubro, a empresa comprou três termelétricas no Acre da Rovema, que somam 69,4 MW. Além disso, a Âmbar também anunciou a compra das ações que a Eletrobras tinha na Eletronuclear, responsável pela operação das usinas de Angra 1 e 2.
Com a Norte Fluminense, a empresa passa a figurar entre os maiores geradores térmicos do Brasil, disputando diretamente com Petrobras e Eneva no segmento de geração a gás.
“O gás natural é fundamental para garantir segurança energética, é um negócio que tem rentabilidade e que ganhou importância estratégica – e a Âmbar percebeu isso,” disse Adriano.
Entre todas as aquisições recentes da Âmbar, Adriano vê a Norte Fluminense como o ativo mais bem posicionado.
O timing da transação também é estratégico. Com o leilão de capacidade marcado para 18 de março, a Âmbar já poderá colocar a usina no leilão.
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