Após um ano marcado pela baixa participação do investidor estrangeiro na Bolsa, o agronegócio será o grande vetor para entrada de capital estrangeiro no mercado de capitais em 2026. A avaliação é de Flavia Palacios, diretora da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e CEO da Opea. Palacios destaca que […] O post Agro será o vetor para entrada do estrangeiro no mercado de capitais em 2026, diz diretora da Anbima apareceu primeiro em Monitor do Mercado.Após um ano marcado pela baixa participação do investidor estrangeiro na Bolsa, o agronegócio será o grande vetor para entrada de capital estrangeiro no mercado de capitais em 2026. A avaliação é de Flavia Palacios, diretora da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e CEO da Opea. Palacios destaca que […] O post Agro será o vetor para entrada do estrangeiro no mercado de capitais em 2026, diz diretora da Anbima apareceu primeiro em Monitor do Mercado.

Agro será o vetor para entrada do estrangeiro no mercado de capitais em 2026, diz diretora da Anbima

2025/12/11 00:49

Após um ano marcado pela baixa participação do investidor estrangeiro na Bolsa, o agronegócio será o grande vetor para entrada de capital estrangeiro no mercado de capitais em 2026. A avaliação é de Flavia Palacios, diretora da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e CEO da Opea.

Palacios destaca que o setor reúne características únicas para atrair capital internacional, a ponto de “puxar a fila” de novos aportes no próximo ano.

“Quando eu falo que o agro é a porta de entrada, é porque temos pontos a favor para o investidor decidir ‘botar o pé’. Uma vez que ele ‘botou o pé’ e começa a entender a dinâmica de juros no Brasil, sobre a nossa inflação e como ela se comporta, entende a questão da moeda e eventualmente se anima para expandir esse investimento para outros setores”, explica.

A declaração ocorreu durante o evento “O Agro e o Mercado de Capitais” na última sexta-feira (5), uma realização do Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Instituto Pensar Agropecuária (IPA) e a Bolsa de Valores (B3); focado em apresentar novas fontes de financiamento e debater perspectivas para o agronegócio no mercado de capitais.

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“Devemos trazer o investidor estrangeiro para o mercado de capitais, independente do agro. Por diversas razões ele hoje não está no mercado de ações, no mercado de dívidas ou nos fundos. O fato é que tivemos um ano muito fraco de participação do investidor estrangeiro no mercado, mas o que pouca gente olha é que o agro tem muito mais características capazes de atrair esse investidor do que talvez outros mercados,” enfatiza.

Confira o saldo anual do investidor estrangeiro na B3:

Fonte: Boletim diário da B3 em 9 de dezembro

Três fatores que tornam o agro mais atrativo ao investidor estrangeiro

Segundo Palacios, há três atributos do agronegócio que cria condições mais favoráveis para a entrada do investidor internacional no mercado de capitais brasileiro na comparação com outros setores.

Entre os atrativos, ela destaca principalmente a possibilidade de operações de renda fixa com prazos relativamente curtos ligados aos ciclos de safra, permitindo que o investidor teste o mercado brasileiro sem se comprometer com títulos longos.

“Há alguns anos, eu fiz um movimento de tentar trazer investidores estrangeiros para o mercado imobiliário e para o mercado de securitização. Mas se você fala para vir ao Brasil, um país que ele não entende direito a dinâmica, comprar um título de 10 anos atrelado à inflação — outra coisa que ele também desconhece — é muito mais complexo. Então, com o agro, a gente está falando de prazos de safra, de prazos mais curtos e isso atrai aquele investidor que quer testar”, explica.

Ela acrescenta como segundo atributo o fato de o setor já ser naturalmente dolarizado, devido às exportações, não gerando custo de hedge cambial na operação, além da possibilidade de realizar as emissões atreladas ao dólar.

“O Brasil já tem um hedge natural ao dólar, que é naturalmente dolarizado. Então, aqui a gente tira o risco operacional e o custo de hedge e facilita essa operação. Venho do Brasil, mas não preciso vender em real, posso vender Brasil em dólar, que é uma etapa inicial mais fácil”, explica.

Por fim, ela enfatiza que o setor possui um potencial expressivo para emissões verdes e sustentáveis: “o agro tem um potencial muito grande de emissão de títulos verdes e sustentáveis, que é um atrativo muito grande para o investidor estrangeiro, que tem essa obrigação de investir quando você vai para a Europa, por exemplo, porque não tem oferta suficiente desse tipo de ativo.”

A porta-voz da Anbima explicou que, muitas vezes, investidores afirmam espontaneamente que não pretendem vir ao Brasil, mas ainda assim buscam títulos sustentáveis. Segundo ela, a oferta global desses papéis é limitada quando comparada ao potencial do agronegócio brasileiro.

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Ascensão dos CRAs em dólar

Palacios comenta também que, nos casos analisados internamente pela Anbima, todos os produtos estruturados foram títulos verdes — especificamente CRAs em dólar — vendidos para investidores estrangeiros por reunirem justamente essas características, o que torna a operação mais fácil.

No entanto, pondera: “antes de vender agro, a gente tem que vender Brasil. E sabemos bem que vender Brasil não está muito simples. A gente tem que vender o cenário econômico, o cenário político. Há uma série de desafios nessa venda do Brasil para o mercado lá fora que já trazem um ‘pé atrás’.”

Demandas regulatórias e obstáculos fiscais

Apesar do otimismo, Palacios enfatiza que ainda há barreiras estruturais e fiscais que dificultam a expansão das emissões privadas para estrangeiros:

“Para o investidor estrangeiro, se ele vem para o Brasil no título público isento, é difícil convencer a ir para o título privado, mas acho que o agro vai puxar essa fila do investidor estrangeiro no mercado de capitais brasileiro. Então é algo que a gente deveria olhar com mais carinho aqui, até eventuais ajustes regulatórios que a gente precise, para viabilizar isso numa escala maior do que a gente tem feito.”

Como o investidor internacional vê o Brasil

Em análise exclusiva ao Monitor do Mercado, André Vasconcellos, Diretor Estatutário de Estratégia, Planejamento e de Relações com Investidores da Fictor Alimentos S.A, destaca que as primeiras percepções do investidor estrangeiro em relação ao mercado de capitais brasileiro é sobre o risco-país, qualidade institucional e profundidade de mercado.

Vasconcellos avalia que “o Brasil tem mostrado capacidade de alinhar estabilidade macroeconômica, solidez do seu sistema financeiro e crescente convergência regulatória com os padrões globais, o que fortalece a imagem de previsibilidade.”

Ele complementa que “a B3 se moderniza constantemente, a CVM acompanha a vanguarda de estruturas internacionais de supervisão e a governança corporativa tende a aprimorar sua maturidade a cada ciclo.”

Numa comparação com outros países emergentes, Vasconcellos avalia que o mercado brasileiro reúne fundamentos sólidos, além de ter um ambiente regulatório respeitado e uma economia diversificada que atenua choques externos.

“Os avanços em governança, disciplina monetária e infraestrutura regulatória tendem a reforçar a percepção de que o país está amadurecendo como destino para capital de longo prazo. Não é uma economia isenta de desafios, mas é uma economia que avança apesar deles. Por isso, a visão predominante é de que o Brasil não é apenas risco com prêmio — é oportunidade com direção, um país com capacidade de transformar volatilidade em ciclos consistentes de investimento”, avalia.

O executivo explica ainda que a governança corporativa se tornou um vetor de diferenciação no mercado de capitais brasileiro e com base nisso, o investidor estrangeiro percebe que empresas listadas têm fortalecido seus conselhos, ampliado a independência dos comitês e adotado políticas de transparência mais robustas.

Mercado de dívida sustentável no radar global

Para Vasconcellos, o mercado brasileiro de dívidas sustentáveis vive uma expansão que chama a atenção de fundos globais.

Ele reitera a perspectiva da Anbima e pontua que a sofisticação das emissões e o aumento da demanda, somados ao esforço do país em avançar em taxonomias e métricas, reforçam a credibilidade do mercado de capitais.

Com essas características, o investidor estrangeiro vê o Brasil como um território fértil para instrumentos financeiros alinhados à transição climática. Nesse contexto, segundo Vasconcellos, há uma percepção de que a dívida sustentável está transformando o Brasil de tomador de capital em referência emergente, ampliando não apenas o volume, mas a qualidade do capital atraído.

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O que o investidor estrangeiro espera do mercado de capitais brasileiro

Na leitura de André Vasconcellos, “o investidor internacional busca consistência estratégica e visão de futuro. Ele procura empresas com governança sólida, conselhos diversos e independentes, métricas claras, além de metas climáticas auditáveis e comunicação transparente”.

O executivo explica que as empresas que se posicionam nesse padrão têm sido recompensadas com maior liquidez, spreads menores e maior probabilidade de inclusão em carteiras globais.

Para Vasconcellos, o Brasil tem todos os elementos para se consolidar como um ‘celeiro’ de ativos de longo prazo, tais como um mercado consumidor relevante, transição energética competitiva e um mercado de capitais em modernização constante.

Segundo o especialista, o desafio é dar continuidade à disciplina fiscal, segurança jurídica, estabilidade de regras e ao fortalecimento regulatório. Do lado das empresas, é necessário seguir aprofundando governança, transparência e sustentabilidade como pilares estratégicos.

“A percepção internacional é francamente positiva, e o país já percorre o caminho certo. Por isso, cada vez mais se afirma que o Brasil não precisa se reinventar para atrair o mundo — precisa apenas consolidar o que já começou a fazer bem”, conclui.

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